sexta-feira, 17 de junho de 2016

AS NOVELAS ME FASCINAM – C.L.




Quem nunca assistiu a uma novela? É claro que sou brasileira, por isso a pergunta é latino-americana. Pois bem, a Rede Bobo está com outra novela de arrepiar! Desde pequena eu acompanho todas elas, pois minha mãe disse que na falta da família, a novela faz o meio de campo. Mas quem em sã consciência iria dar importância à família? E ainda mais quando a novela é da Rede Bobo?
Bom, a mais nova novela é O Beijo do Capeta, ambientada no séc. XIX brasileiro, mais precisamente no Rio de Janeiro. As novelas bobais são 90% no Rio, seja qualquer que seja a ambientação, Alasca, Havaí, Marte, Terra Média, etc. Nesse caso, é o Rio mesmo. O autor, Adalberto Alencar, famoso por novelas excelentes como Pandas Cariocas, Morrer a Morte e Sodoma, Eu Te Amo, criou uma história envolvente, que mexe com o público. Talvez pela realidade retratada, as emoções existenciais e pela diferença de núcleos sociais que nós, ricos, sempre gostamos.
A trama é o seguinte: Guilherme Galã (interpretado por Júlio Augusto) é dono de uma empresa onde, de tão bom administrador, ele mal se envolve nos negócios para tratar de sua vida pessoal no escritório. Ele é casado com Jezebel Carvalho (interpretada por Antônia Cleópatra), que se veste de preto em tempo integral, pois é a vilã. Já Vitória Esperança (interpretada por Maria das Desgraças) é a nova funcionária de empresa, encarregada de carregar papéis e coletar assinaturas sem importância alguma no enredo, porém, Guilherme se apaixonou por Vitória desde a primeira vez que ela aparece fingindo que está trabalhando.
A partir daí, começa um jogo de traição, sedução e tudo mais que o autor achar de desmoralizador social. É claro que, como não podia faltar, há cenas de sexo quase explícito, pois os homens também veem novelas. Além disso, os custos por episódio estão na média de R$ 500 mil reais, o que, convenhamos, já diz muito sobre a qualidade da produção. Alguns leigos questionam: o que o nome da novela tem a ver com o enredo? Eu sempre respondo: quê importa? Prefiro o conteúdo à capa, são 200 episódios de apenas uma temporada, pra quê se perguntar com o título? Certa vez li um livro que não tinha capa. Quando cheguei ao final, percebi que haviam arrancado também as últimas 27 páginas, mas isso não vem ao caso.

O que dizer depois de tudo isso? Há como não assistir novelas? Mas o mundo mudou. Agora tem Youtube, Netflix, Torrent ilegais, etc. Então, qual o motivo de não haver uma Bobofix ou YouBobo? Eu nunca desprezei o que a TV me colocou para ver. Às vezes, ter opções pode não ser uma necessidade, visto que a TV brasileira é de qualidade excelente. Nos EUA, novelas como as nossas passam durante a tarde, ou seja, apenas empregadas domésticas podem ver, vê se pode? E ainda chamam de Ópera de Sabão. Desmerecimento total com um gênero tão lindo e realístico dramaticamente falando. Por essas e outras é que sou brasileira e não desisto nunca de nossas novelas. País subdesenvolvido é outra coisa.





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