quinta-feira, 7 de julho de 2016
Escrever-lhes-ei, camaradas, o que tenho pensado em meu refúgio. Não
tenho saído de casa para que meu raciocínio não seja bombardeado pelos anúncios
capitalistas e opressores. Tenho evitado até mesmo trocar palavras com tais.
Seria como atirar pérolas aos porcos capitalistas. Malditos chiqueiros
industriais!
Como se sabe, nosso sistema faliu. Não há mais como suportar o estado
com impostos tão pesados, gastos com políticos, desatendimento ao povo,
negligência com os mais oprimidos e com a programação da TV aos domingos.
Basta! Que 1917 volte aos dias de hoje e que este país chamado Brasil volte a
ser cheio de riquezas, tal como era antes dos índios!
Digo isso nesse manifesto, pois estou me sentido ultrajado pelos
políticos que estão no poder. Eles prometeram lutar com foice e martelo. Mas
até agora, só os vejo lutando contra a balança, pois comem o pão que o
“capetal” amassou e estão mais obesos que um elefante de zoológico.
Saíamos às ruas, camaradas! Venham combater os opressores que
praticamente nos obrigam a consumir os produtos feitos a base de trabalho
escravo! Vamos à luta contra as empresas que nos dão o pão de cada dia, pois o
povo merece também presunto e queijo, oras! Não vamos aceitar que o “capetal”
valha mais que o nosso esforço, uma vez que mesmo que pessoas como eu, que
nunca pegaram em uma pá ou enxada, mas que escrevem com tanta propriedade, e
que até parece haver um passado de lutas, erroneamente, enfim, mas o que
importa é a luta nas ruas!
Venham camaradas de todos os cantos! O momento é oportuno, pois o
“capetal” está frágil e doente. Não iremos deixar que ele se fizesse uso de
antibióticos à base da luta da classe trabalhadora que tanto se esforça para
movimentar a economia. Enquanto eu, mesmo fazendo parte deste sindicato inútil,
estiver sentado em minha confortável cadeira, digitando este texto e comendo
cereais, não me esquecerei da luta dos menos afortunados!
E para finalizar, assim que o povo assentar ao poder ofereço-me como
líder supremo popular, com plenos poderes monárquicos, pois sei que nossa luta
não estará perdida assim que eu estiver lá em cima! Viva a mim! Quero dizer,
viva ao povo!
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