Apesar do sobrenome estrangeiro e do nome
feio, trata-se de um brasileiro. Ele, como muitos outros, acredita que “você é
o seu nome”. Ou seja, ele é estranho mesmo. Lamorve é escritor, assim como seu
pai, possuindo então a oportunidade de se dar bem com a escrita. Apesar de isso
parecer uma regra, não foi bem assim. Lamorve não gosta de escrever. Diz ele
que “o amor só vencerá quando não mais precisarmos da gramática; leis
representam o ódio ao rebelde”. Mesmo assim, seus livros são tão famosos que
ele se apresenta em universidades. E é formado em Letras. “A contradição é a
arte dos que falam demais”, disse certa vez o Moralista à Lamorve. Ele, por sua
vez respondeu: “O amor não é mesquinho; o amor é daltônico, se não, qual o
motivo de se dormir com gatos na cama? Eca! Que mesquinhagem!”.